Na verdade são dois templos e não é só um templo. Chamam-se Templos de Abu Simbel e ficam a 280 quilômetros no sul de Assuão, na área da Núbia, no sul do Egito, onde se encontra a construção mais bonita e caprichosa do maior e mais caprichoso faraó da história egípcia: o templo grande de Abu Simbel. Dedicado em teoria a Amon, Rahorakhty e Ptah, mas parece que na prática foi construído para glorificar ao longo dos séculos o seu próprio construtor o rei Ramsés II, da dinastia XIX (1290- 1223 A.C).
Naquele lugar isolado em Núbia, perto das fronteiras com o Sudão, o templo foi inteiramente esculpido num único pedaço de rocha, formando uma fachada de mais de 30 metros por 35 metros de profundidade. Uma “multidão de operários levados ao cativeiro pela sua espada”, às ordens do chefe dos escultores que se chamava Pyay (o seu nome vem escrito no interior do templo), esculpiu esta fachada invulgar: quatro estátuas colossais do faraó sentado no trono, com uma altura de vinte metros, quatro metros de uma orelha a outra, mais de um metro de linha de lábios.
Não são só símbolos dos atributos de Ramsés, mas também e sobretudo colunas de sustentação da fachada, com uma altura de 31 metros. Depois do trabalho dos cortadores de pedra e dos escultores seguia-se o dos pintores.
Aqui tinha lugar o que se chamou milagre do sol. Duas vezes por ano, a 22 de fevereiro e 22 de outubro quando pela manhã, os raios de sol penetram o templo até pegar os rostos do rei dentro do santuário. Um fenômeno que demora cerca de vinte minutos e depois a luz desaparece, esse milagres é único no templos egípcios em que o arquiteto conseguiu permitir uma gama vasta do sol entrar no coração da montanha dentro do templo até chegar ao santuário, onde existe a tríade sagrada de Ra-hor-akhty, Amon e petah , e também Ramsés II que está representado sentado no centro ao lado de Rá-hor-akhty e Amón.
A construção destes dois templos começou em cerca de 1244 a.C e demorou quase 21 anos. Depois de centenas de anos, ao longo do tempo, os dois templos foram abandonados ficaram cobertos de areias. Naquela época, durante o século VI a.C, a areia estava cobrindo as estátuas do templo principal até os joelhos.
O templo foi esquecido até 1813, quando o orientalista suíço Jean-Louis Burckhardt achou a Cornija superior do templo principal. Burckhardt falou com o italiano Giovanni Belzoni sobre isso, e viajaram juntos ao lugar do templo, mas eles não conseguiram descobrir a entrada do templo. Mais tarde Giovanni Belzoni retornou em 1817, mas esta vez teve êxito em sua tentativa de entrar no complexo. E parece que Belzoni levou todos os objetos preciosos para fora do Egito.
Quando havia um perigo contra os templos devido a construção da grande barragem de Assuão, o que causou uma grande subida nas águas do reservatário de Nasser, e ameaçava os dois templos de Abu Simbel. Uma campanha mundial de doações foi lançada para salvar os monumentos da Núbia, em 1959: como uma parte do patrimônio da humanidade e começaram as obras de salvação dos templos de Abu Simbel em 1964, este processo custou US$ 40 milhões.
Entre 1964 e 1968, os arquitetos conseguiram cortar inteiramente os grandes blocos a unidade bem menores e assim os dois templos foram desmontados a pedras. Cada pedra foi numerada, e remontados na mesma forma em um novo local a uma altura de 65 m acima do nível do lago e 200 mais longe do local antigo. O projeto foi um dos maiores trabalhos da engenharia arqueológica. Hoje, milhares de turistas visitam os templos de Abu Simbel e ficam maravilhados diante da grandeza e beleza destes dois Santuários. .
O complexo é composto de dois templos. O maior é dedicado principalmente a Rahorakhety que simboliza ao sol e a claridade, além de dois divindades egípcias: Ptah e Amon.
A fachada do templo está adornada e abrigada por 4 colossos de Ramsés II, cada um atinge 20 m. de altura. O templo menor é dedicado principalmente á deusa Hathor, e também como obra de homenagem a sua esposa mais amada “Nefertari”, por isso aparecem na fachada deste templo 6 colossos com 11 m de altura que representam a Rainha Nefertari junto ao marido o rei Ramsés II.