Cleópatra VII
Uma das figuras mais famosas do Egito Antigo, Cleópatra teve sua verdadeira imagem desfigurada por séculos de informações equivocadas. Boa parte dos detalhes sobre ela vieram dos romanos, que travaram uma guerra de propaganda contra a sua imagem. Para eles, tratava-se de uma governante de um país de cultura oriental decadente, que seduziu dois generais de Roma para ameaçar o Império Romano. Na realidade, Cleópatra era uma grega culta que teve um filho com Júlio César e outros três nos onze anos ao lado de Marco Antônio. Os dois homens usaram a riqueza do Egito para suas ambições imperiais, assim como ela utilizou o poderio militar deles em benefício próprio.
O Egito e a Expansão de Roma
Do século 4º ao século 1º a.C., a expansão de Roma foi estimulada, em parte, pela necessidade de volume cada vez maior de cereais. A importância dos grãos para as economias antigas pode ser comparada ao valor do Petróleo para as economias atuais. Graças à sua eficiente administração grega, as enormes colheitas de grãos do Egito o tornavam extremamente rico e uma ameaça a Roma, se o país caísse em mãos erradas. Por isso os Romanos sabiam que precisavam garantir a simpatia do país ou anexá-lo. De início, o Egito evitou ser absorvido por Roma por meio de uma habilidosa combinação de suborno e democracia. Em ocasiões diferentes, Júlio César e Marco Antônio receberam grande quantidade de dinheiro para restituir o trono do Egito ao pai de Cleópatra, Ptolomeu XII. Quando Cleópatra e o irmão subiram ao trono em 51 a.C., Roma esperava simplesmente adicionar o Egito ao seu império.
Cleópatra e Roma
Em 51 a.C., Cleópatra e Ptolomeu XIII foram nomeados co-governantes do Egito. Dada a briga pelo controle, Roma enviou Júlio César para resolver a disputa. Ele a colocou no trono e teve um relacionamento íntimo com ela. Júlio César, depois de levar Cleópatra para Roma, foi morto por republicanos temerosos de que, sob influência dela, ele quisesse fazer Roma voltar à Monarquia. Três anos após o assassinato de Júlio César, Marco Antônio visitou Cleópatra em busca de fundos para suas expedições. Tornaram-se amantes e, quando Marco Antônio passou territórios romanos para o Egito, em 34 a.C., Roma declarou guerra à Cleópatra. Marco Antônio foi ridicularizado por Roma pela falta de autocontrole em relação à Cleópatra. Obrigado a casar com a irmã de Otaviano, depois voltou para a amante egípcia.
Otaviano com o prêmio do Império Romano em jogo, decidiu enfrentar Marco Antônio no mar, perto de Actium, na costa grega. Na batalha de Actium (31 a.C.), as duas frotas se chocaram, abrindo uma brecha na formação de Otaviano. Nesse momento, Cleópatra rumou para o Egito, seguida de Marco Antônio. Os homens dele, considerando-o desertor, aderiram a Otaviano. Um ano depois, Otaviano derrubou as tropas de Marco Antônio e tomou Alexandria.
No dia 12 de agosto de 30 a.C., Cleópatra suicida-se por meio da picada da Naja Africana. A Naja Africana é uma víbora que, como a serpente uraeus, protegia o faraó neste mundo e no seguinte. Por esse motivo, é possível que ela tenha preferido morrer pela sua picada.